Indiciado em 41 inquéritos criminais, Paulo César Farias, ex-tesoureiro de campanha do presidente Fernando Collor, teve a prisão decretada em 1993 após o impeachment do então chefe de Estado. Durante sua tentativa de escapar da justiça brasileira, PC Farias protagonizou uma fuga inusitada, que incluiu uma passagem por Caruaru, no agreste pernambucano.

Na ocasião, PC Farias optou por uma estratégia arriscada: viajou de Maceió até Caruaru escondido dentro do porta-malas de um automóvel. Ao chegar à cidade, ele se hospedou no Hotel do Sol, onde passou a noite. No dia seguinte, repetiu o esquema de se esconder no compartimento do carro e seguiu viagem pela BR-232 até Pesqueira, também em Pernambuco.

Em Pesqueira, no campo de aviação local, PC Farias embarcou em um bimotor de origem paraguaia, acompanhado pelo piloto Jorge Bandeira. A operação de fuga foi organizada pelo chileno José Ramon Irribarra, que conhecia detalhadamente o trajeto. A aeronave realizou escalas em municípios do interior do Brasil antes de chegar ao destino final: Buenos Aires, capital da Argentina.

O caso foi revelado com exclusividade pelo repórter Marcelo Rezende, em reportagem exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo, no dia 12 de setembro daquele ano. Rezende mostrou imagens do Hotel do Sol, em Caruaru, e do campo de aviação em Pesqueira, onde a fuga aérea teve início. Todos os detalhes da operação foram narrados por José Ramon Irribarra, que colaborou com a investigação.

No entanto, a liberdade de PC Farias durou pouco. A prisão foi realizada em Bangcoc na Tailândia, no dia 29 de novembro de 1993, e Paulo César Farias foi recambiado ao Brasil, encerrando um dos episódios mais emblemáticos de fuga e captura na história política do país.

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