No dia 6 de abril de 1959, uma greve geral foi registrada em todo o Brasil contra o aumento dos combustíveis anunciado pelo presidente Juscelino Kubitschek. Em Caruaru, a mobilização teve grande repercussão, pois o preço da gasolina na cidade era mais alto do que nos postos de São Caetano e Belo Jardim.

O jovem estudante Manoel Messias, integrante da União dos Estudantes Secundaristas de Caruaru, liderou uma greve com o objetivo de paralisar os transportes coletivos da cidade e região. O movimento teve grande adesão, e até mesmo veículos particulares deixaram de circular em solidariedade às empresas de transporte público.

Em meio às manifestações, pedras foram colocadas na linha férrea para impedir a passagem do trem por Caruaru. Diante da pressão popular, o presidente JK recuou e desistiu do aumento dos combustíveis. No entanto, o delegado de Caruaru, o advogado Marco Antônio Vieira de Melo, ordenou a prisão de Manoel Messias.

O estudante foi defendido pelo advogado Epitácio Martins, que ingressou com a defesa na justiça e obteve sua liberação. Pouco depois, o governador de Pernambuco, Cid Sampaio, declarou em entrevista à Rádio Cultura do Nordeste que não permitiria novas greves em seu governo.

Após o episódio, Manoel Messias ficou conhecido como líder comunista. Durante o governo de Miguel Arraes de Alencar, tornou-se assessor do governador, mas em 1964 foi preso e posteriormente exilado com a instauração do regime militar.

Atualmente, Manoel Messias trabalha na edição de um livro sobre sua militância política, incentivado pelo ex-governador João Lyra Neto.

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